terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Viva Don Corleone!!!!

A máxima falada por Don Corleone a seu filho Sonny, em "O Poderoso Chefão" vale demais:
"Nunca diga a ninguém fora da família o que você está pensando."

Nesse momento, além da minha família de sangue, tenho uma outra família. Tem o nosso Don Corleone, velho e comedido, sábio. Tem o Michael. E tem eu, que devo ser o Sonny - intempestivo, impetuoso.
Tomo todo o cuidado pra não dizer a ninguém fora dessa família o que penso. Isso pode ser fatal agora.

O meu caminho ainda é o mesmo, ele só vai ser mais longo, mesmo porque: não é preciso ter pressa! O caminho cresce sob os nossos pés à medida que andamos. Ele não está pronto de acordo com nossa vontade. O importante é caminhar feliz, ou vislumbrando a felicidade. Sinto que agora posso caminhar em direção a essa felicidade. Hoje estou no mínimo satisfeito, mas tentando não alimentar sentimentos negativos como vingança ou orgulho. Estou contente e determinado. Em frente!

sexta-feira, 24 de maio de 2013

Determinação

Hoje decidi mudar meu rumo. Repensei meus próximos passos. Tenho meta, prazo e objetivo. Não é nada que eu pensava antes. Os acontecimentos recentes me forçaram a mudar e, sinceramente, vou mudar para o meu próprio bem. A partir desse exato momento, cada passo vai ser na direção de outro caminho e não para onde estava andando até agora.

segunda-feira, 13 de maio de 2013

Porquê Nunca Vou Chegar a Gerente

Depois de mais uma experiência péssima como o jantar de hoje, na companhia de uns cabeçudos da empresa, penso em como minha timidez é um obstáculo imenso.

Achava que depois da faculdade finalmente estaria livre da figura do "engraçadinho": aquela pessoa abençoada com o dom de falar em público e que, quase sempre, adora usar um tímido como escada.
Os engraçadinhos escolhem aquele cara mais calado, o que fala menos, o que conta menos casos, o que fica vermelho quando fazem piada que o envolva. Fazem piadas que para os outros seriam apenas... piadas. Para um tímido, torna-se uma espécie de sofrimento, uma tortura. Todos te olhando e aguardando que dê uma resposta rápida e igualmente engraçadinha. Um passe de bola ligeiro. Mas ele não vem! O cérebro está ocupado sofrendo e não consegue pensar em uma piadinha pra devolver.

Só vem o riso sem graça que oculta mais um episódio de sofrimento do tímido, e faz os piadistas se regozijarem. Mais um episódio que passa batido, pois as outras pessoas sequer são capazes de entender como que isso pode ser uma agressão. "Timidez é frescura", diriam.

Mas então? "Formei, viva! Agora sou adulto, vou ter minha grana, estou livre dos engraçadinhos!"

Ledo engano, Hespanha!

O "engraçadinho" está em todo lugar. Pegou o diploma na faculdade estadual da filhadaputagem e continua por aí, no mercado de trabalho. Pronto para pegar no seu pé e te provocar um misto de humilhação, raiva e, porquê não, uma pontadinha de inveja por não conseguir nunca ter a mesma desenvoltura para contar casos. Aliás, os casos nem são interessantes, você sabe coisas mais legais, mas o que importa é o jeito de contar, e não o que se conta. Nesse jogo, você está fadado a ser o estranho da roda.

Vejo os caras que são Gerentes, Coordenadores... enfim, os comandantes de um mundinho onde praticamente só tem homem (as mulheres geralmente estão relegadas ao refeitório ou à limpeza. No máximo ao laboratório químico). Uma fábrica de cimento é assim mesmo. O assunto dominante é futebol (droga, não sei falar disso!), casos da vida dos outros (não conheço ninguém!) e assuntos do trabalho. Em resumo, o que sai da boca de tais pessoas, em momentos como um churrasco ou um jantar como o que teve hoje, é a pura, simples e fétida MERDA.

Comentários grotescos, racistas, piadas imbecis, a mesma encheção de saco de sempre com times de futebol, fofocas sobre a vida dos outros (veja só, o mesmo colega que no refeitório você chama de "meu irmão"). Coisas que na companhia de amigos ou família, eu teria prazer em rir junto. Eu contribuiria com minhas histórias, minhas vergonhas, meus acertos. Mas numa situação onde só tem estranhos, ser tímido me  impede de fazer isso. E quando tento, sai tão estranho e antinatural que incomoda não só a mim mesmo mas a todos em volta. Dá quase para ler a mente deles dizendo "bicho... cala a boca e só ri.".

E tudo isso que escrevi acima caracteriza o cidadão que chega ao alto comando de uma empresa. Ele é "o cara" da música do Roberto Carlos! Dispara piadinhas, tem 500 contatos na agenda do iPhone (o qual nunca larga, nem para olhar na cara das pessoas). Tira os coitados como eu das suas zonas de conforto. Logo eu, que só queria ficar no meu papel: o cara novo na firma, quieto, que conversa pouco, que chega, faz o trabalho e vai embora. Minha vida é mais do que historinhas de diarréia no escritório central ou pancadaria no jogo do Corinthians.

É por me sentir tão inadequado num mundo desses, e completamente incapaz (ou com vontade) de mudar, que eu sei que só vou subir na carreira até um certo ponto. Nunca vou ser chefe. Ninguém quer alguém que trabalhe demais lá em cima. Lá em cima estão os babacas que puxam o saco dos outros babacas.

É como diz a conclusão daquela fábula urbana sobre os órgãos do corpo humano: "ninguém precisa de coração ou de cérebro para ser o chefe. Qualquer CUZÃO pode ser o chefe".

domingo, 12 de maio de 2013

O lado ruim...

Até chegar aqui à região da Campanha Gaúcha eu não sabia o que era de fato Racismo e Machismo. Qualquer outra coisa que se faça em Minas não é nada comparado a isso aqui. Esses "ismos" aqui são tão acentuados e integrados à cultura do povo que um alienígena como eu não pode fazer nada, a não ser fingir que nada acontece. Poem toda a culpa nos problemas da fábrica no fato de a gerente ser uma mulher. Ou discriminam um pobre coitado e riem dele pelas costas porque ele é um "negrinho".


domingo, 7 de abril de 2013

Desafios

Começando minha vida em outro estado, e em um estado tão diferente do meu (em todos os sentidos) a lista de desafios é enorme.

- suportar a distância das pessoas amadas
- encontrar coisas para preencher meu tempo que não sejam trabalho --> saúde mental
- aceitar o que não posso mudar (no trabalho)
- engolir os sapos gaúchos que aparecem pelo caminho
- permanecer fiel a meus princípios
- lidar com gente com princípios muito diferentes
- reaprender a gostar de solidão e aproveitar minha própria companhia (coisa que tinha muita prática mas os últimos anos me fizeram mais social e dependente das outras pessoas)

Estou tentando resgatar o Pedro de Portugal, que gostava de pegar um transporte público e sair por aí para desbravar um lugar diferente. Mas é tudo tão difícil. Não estou aqui para estudar, com dinheiro enviado pelo pai. Agora é diferente. Além do mais, o Rio Grande do Sul, especialmente o Pampa, não é Portugal. Não tem muitos pontos turísticos, não tem gente de outros países, não tem estrutura pra suportar minhas aventuras por aí.

E a cultura daqui é meio difícil de gostar... em Portugal eu me divertia aprendendo e fazendo as coisas deles. Aqui tá sendo diferente...

Ajudaria se meu fiel Palio Fire estivesse aqui...

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

In My Little Town

Esse pequeno trecho dessa singela canção da dupla Simon & Garfunkel diz muito...


"Na minha pequena cidade
Eu não era nada, apenas o filho de meu pai
Economizando dinheiro
Sonhando com glórias
Tremendo igual um dedo no gatilho

Nada como o dia e a noite na minha pequena cidade!"




quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Aperto..

Ainda não caiu minha ficha de que esse blog vai se tornar em breve "Blog do Hespanha, tchê!".

Enquanto isso, passei o final de 2012 e entrei em 2013 com um clima de revisão. Revirar papéis, jogar coisas fora, reler emails. O problema disso, como sempre é pra mim, é o aperto que dá no coração ao ver o tanto que a gente já viveu e que às vezes nem lembra ou deixou pra trás.
Faz-me sentir um velho. Faz-me sentir vontade de procurar gente que se perdeu no meu passado para saber se ainda sou lembrado. Pedir as desculpas não pedidas e conceder os perdões não concedidos. Finalmente marcar aquele encontro no boteco que sempre é citado mas que nunca aconteceu.

Revisar a vida é algo que costuma me fazer bem, pra colocar em contraponto o ser atual e o ser antigo, e notar as melhoras. Eu mudei muito, e para melhor, desde 2009. Mas hoje estou com um aperto de não ser mais o Pedro tímido e automiserável de antigamente. Sinto que esse próximo passo (ir pro RS) vai completar minha mudança de jovem para homem adulto, e que desse ponto não vai haver volta.

Hoje não estou com muitas esperanças de continuar guardando um canto dentro de mim para ser criança. Estou com medo de não ter mais o frio na barriga de fazer as coisas pela primeira vez. Será isso comum para todo jovem adulto?